Saneamento

Sanep passará a notificar novos moradores do Laranjal

Orientação é para que os imóveis sejam interligados à rede de esgoto; medida deve ser adotada a partir deste mês

Gabriel Huth -

A partir deste mês, novos moradores do Laranjal devem começar a receber notificações para interligarem as residências à rede de esgoto. Se atendido o chamamento, o total poderá chegar a 1,5 mil moradias efetivamente conectadas à Estação de Tratamento de Esgoto. Hoje, com mais de uma década de atividade da ETE, este número não chega a 700. E muito se deve aos valores a serem desembolsados pela comunidade que, em alguns casos, beiram os R$ 2 mil.

“Estamos trabalhando em um outro projeto de intimação e sensibilização da população para essa necessidade”, destaca o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia. Do contrário, os investimentos públicos não se justificam. E o pior: os benefícios ao meio ambiente e à balneabilidade não se tornam realidade.

Quem costuma ouvir as reivindicações da população também se preocupa, mas com a possibilidade de obras de extensão da rede - interrompidas na rua Santo Ângelo com Gravataí - precisarem ser refeitas. “Acreditamos que tem um trecho perdido. Os canos estão desencontrados e o esgoto vai aflorar quando as famílias se interligarem ao sistema”, afirma o presidente da Associação Comunitária do Laranjal (Asclar), Paulo Souza. “A empresa foi embora e não deixou nem os mapas do que havia realizado”, lamenta o porta-voz da comunidade.

O diretor-presidente do Sanep explica que as notificações só serão encaminhadas às famílias após processo de sondagem para verificação da profundidade e da localização das esperas onde cada uma das casas será ligada. Antes, também será realizada a limpeza da rede, para desobstrução de areia, e confirmação de que não haverá vazamentos. “Esta foi uma obra executada em 2011 e a empresa acabou abandonando”, justifica Garcia.

Controle
Três coletas são analisadas para verificar a qualidade dos serviços da ETE do Laranjal - explica o químico do Sanep, Carlos Vinícius Gonçalves. As análises tomam como base três pontos diferentes: o material bruto, na chegada à Estação; a saída do filtro biológico, após o tratamento; e próximo ao corpo receptor, que é o canal São Gonçalo.

“No futuro, quando tivermos a ETE funcionando a pleno, está previsto um laboratório no local para controle diário”, ressalta Gonçalves. Hoje, com poucas moradias conectadas ao sistema, existem análises semanais, quinzenais e mensais; conforme o tipo de observação a ser efetuada.

Sistemas da Uruguai e próximo à Rodoviária já não são contabilizados
Enquanto não terminam as obras da ETE Novo Mundo, na avenida Francisco Caruccio, Pelotas conta com apenas 18% do esgoto tratado. O Reator Anaeróbio de Leito Fluidizado (Ralf), instalado na década de 1990 na rua Uruguai, está fora de operação, sem previsão de ser reativado. E ainda que resolvidos os antigos problemas estruturais, as exigências da legislação já não o consideram um sistema efetivo de tratamento. Há apenas redução de matéria orgânica e o descarte dos efluentes de toda a região central da cidade ocorre antes das duas últimas etapas. E o destino dos resíduos é o mesmo de sempre: o canal São Gonçalo, com conexão direta com a Lagoa dos Patos.

O mesmo se repete com a velha lagoa de estabilização criada na vila Farroupilha, próxima à Estação do Terminal Rodoviário de Pelotas (Eterpel). O método se encerra na fase primária, apenas com redução da carga orgânica. “A gente nem cobra da população pelo tratamento porque não ocorre de forma efetiva”, explica Alexandre Garcia. Dali, o material escoa ao canal Santa Bárbara e chega ao São Gonçalo.

Ligação imediata
Ao ser inaugurada, a ETE Novo Mundo não irá requerer qualquer processo de convencimento para a população interligar as residências à rede. Ao ficar pronto o primeiro módulo - com capacidade de tratar cem litros de esgoto por segundo -, cerca de 27 mil famílias terão os dejetos tratados, imediatamente, pois as casas já estão ligadas ao Coletor Geral. E o melhor: o índice de tratamento de esgoto irá saltar para 32%. Só com as ampliações da Novo Mundo, no futuro - com a perspectiva de tratar até 300 litros por segundo -, é que a população precisaria atender aos apelos do Sanep e conectar-se ao sistema, para as próximas obras de alto custo se justificarem.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Próxima semana tem alerta de chuva forte e temporais no RS Anterior

Próxima semana tem alerta de chuva forte e temporais no RS

E a doce folia voltou Próximo

E a doce folia voltou

Deixe seu comentário